Emater apresenta aplicativo para Expointer em Esteio

Laura Maria
5 min readAug 29, 2019

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Expositores aproveitaram para descobrir as funcionalidades do novo aplicativo durante a Expointer | Crédito: Laura Maria

A 42ª Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários contou com o lançamento da plataforma, que tem o objetivo de facilitar a relação de produtores e agricultores, além de auxiliar na localização dentro do Pavilhão de Agricultura Familiar.

Por Andressa Schütz e Laura Maria

O celular se tornou um acessório quase que obrigatório para a vida em sociedade. O acesso a internet potencializou ainda mais o uso do aparelho portátil, trazendo inúmeras mudanças no modo de consumir informações e comunicação.

Apesar da associação dessa tecnologia com o meio urbano, o objeto também tem facilitado as conexões no ambiente rural, aproximando as relações entre agricultores e consumidores, além de proporcionar aos produtores acesso à informações técnicas.

A consolidação disso pode ser vista no lançamento da Emater/RS-ASCAR para esta Expointer, que começou no dia 24 de agosto. Conectando agricultores e consumidores é o tema da Feira este ano, e visando mostrar os avanços nesse sentido, a associação que presta o serviço de extensão rural, auxiliando na legalização e nos projetos de agroindústrias, lançou um aplicativo móvel.

“A ideia inicial é que ele [o aplicativo] fosse um protótipo do próprio avanço da empresa, para atender tanto produtores quanto consumidores na extensão rural e na assistência técnica, além de fornecer para o agricultor informações extremamente úteis e de rápido acesso”, explica James Roth, extensionista rural social e coordenador do espaço da Emater na feira.

O app, que ainda não está disponível na PlayStore, pode ser baixado através de um QR Code, exposto no estande da Emater na Feira. Dentre as funcionalidades, o mapa da Expointer e a lista de todas as 316 bancas e produtos ofertados no pavilhão da Agricultura Familiar são os destaques. É possível também refinar a pesquisa por município, produto ou nome da empresa.

Roth também esclarece que o objetivo é expandir e adicionar cada vez mais funções ao aplicativo. “A Expointer é na verdade um período de testes. Pretendemos usá-lo como mais uma ferramenta de extensão rural”.

O lado dos produtores

O lançamento do aplicativo vêm para suprir uma necessidade cada vez mais latente: a comunicação rápida e o acesso digitalizado à informações. Já existem produtores que usam diariamente a internet e as redes sociais como forma de comunicação com seu público.

É o caso de Tiago Flach, expositor da Cachaçaria Wille. “Esse tipo de tecnologia ajuda a aproximar a vida lá do campo ao pessoal que consome o nosso produto, que geralmente é de cidades maiores. Facilita o contato para ambos, além de levar para eles as nossas novidades.” A Cachaçaria possui uma página no Facebook, onde são publicadas fotos dos produtos e onde é possível ver as experiências dos visitantes ao local, que fica em Poço das Antas.

Apesar da facilidade trazida pelo aplicativo, outras questões também estão envolvidas, como a divulgação e adesão do público. Nos estandes visitados do Pavilhão da Agricultura Familiar é claro o desconhecimento do app. Um dos pontos à que podemos relacionar isso, é a ausência de informações sobre o lançamento nas redes sociais da empresa.

Tamara Souza, expositora da Agroindústria Silva, admite não ter informações sobre a aplicação que, teoricamente, deveria aproximar e atrair mais clientes. “Não sabia sobre isso. A única mudança que nos passaram é esse ano o valor da vendas será passado por um aplicativo, o que antes nós informávamos por escrito.”

Entre benefícios e desafios

Um dos grandes desafios para a difusão de iniciativas como a da Emater é a cobertura de internet, que ainda não chega a todos os municípios do Estado, e a falta de familiaridade de alguns agricultores com celulares e aplicativos. Felipe Poletti, um dos desenvolvedores do app, diz que a ferramenta lançada na Expointer pode ser usada offline para cadastro de informações, por exemplo, e que depois seriam repassadas a um banco de dados quando voltasse a uma zona com sinal de internet.

“Uma forma que pode ser estudada é utilizar os centros de treinamento [da Emater] para capacitar os produtores, utilizando cursos de extensão para ajudar aqueles que eventualmente não teriam tanta habilidade pra usar o aplicativo.”

Roth também esclarece que a ideia não é substituir o contato direto dos extensionistas com os produtores, mas sim criar uma nova ferramenta de comunicação. “Ele [o aplicativo] é extremamente importante para potencializar o acesso a informações em regiões onde a sede do município e a casa do agricultor estão muito distantes. As informações chegando de forma mais rápida acabam gerando uma economia, tanto para o agricultor quanto para a Emater.”

A ideia de manter a proximidade é confirmada por Diogo Coradini, analista de sistemas que ajudou no desenvolvimento da aplicação.“O projeto é construir uma ferramenta para o público em geral, que vai servir de comunicação com a Emater, não substituindo o telefone, a visita, mas agilizando e organizando.”

A redução do uso de papel e das despesas é outra questão explorada pelo app. Antes, o sistema de divulgação de informações da Emater na Expointer era feito por meio de panfletos e agora os dados estão agrupados em uma plataforma que, mesmo em fase de testes, tem o objetivo de ser permanente.

“Folders que eram impressos em grandes quantidades e que muitas vezes nós encontrávamos espalhados pelo chão, sem falar nos gastos com impressão” completa Roth.

Pavilhão de Agricultura Familiar, alvo do aplicativo lançado. Créditos: Laura Maria

Consumidores e a (des)informação

A conexão entre a vida do campo e o consumidor é um dos pontos de interesse da Expointer. José Reghelin, bancário natural de Santa Catarina e entusiasta da área agrícola, conta que busca informações fora de sua área de formação.

“Eu participo de vários grupos de pessoas que como eu se interessam pela temática. É o terceiro ano que eu venho aqui [na Expointer], e acredito que a tecnologia pode dar esse apoio e também fornecer soluções”, diz ele.

Da fase de testes os propósitos de inovação e melhoria ficam claros, assim como as falhas. A indisponibilidade para download é um problema mas, acima dela, a falta de propaganda dessa nova plataforma pode atrapalhar o feedback dos produtores e consumidores, o que pode gerar dificuldades no futuro.

“Pensando agora, o aplicativo ajuda muito na questão de consumo e de localização mas não tinha ouvido falar nele ainda. Se soubesse já teria baixado pra conhecer um pouco mais o pavilhão”, diz Thaís Hermes, estudante de Zootecnia da UFRGS.

Entre acertos e erros, o objetivo é que um dia o acesso às informações seja mais fácil e o apoio aos agricultores familiares possa ser desenvolvido de forma cada vez mais eficiente pois, além do comércio e das burocracias, existem famílias que dependem da agroindústria e do auxílio prestado por extensionistas rurais, facilitado pela tecnologia.

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Laura Maria

Formanda em Jornalismo pela UniRitter. Apaixonada por contar histórias, por fotografia e áudio.